memórias

Adoro a maneira como não desistes das coisas!

Perco-me, perco-me tanto por aí... Umas vezes, procuro por ti, outras vezes, procuro por aquilo que deixei contigo na hora em que fui embora.
Há coisas guardadas em ti, que eu fiz questão de abrir uma porta, uma porta específica (foste tu que me ensinaste o caminho até lá!), onde cuidadosamente dobrei, ponta por ponta, e guardei lá, na imensidão de espaço! As pontas por onde já não se conseguiam pegar? Essas eu remendei e fiz delas sorrisos.
Confesso que é nesse espaço, vazio, que entrelaço os meus braços e te digo vezes sem conta "protege-me (...) cuida de mim". Será que tu ouves? será que consegues entender que preciso mesmo de ti?
Quantas vezes quis ir embora, fechar essa porta especifica? Quantas vezes gerei medos a mim própria, por achar que na verdade ser capaz de criar essa barulheira toda!
Quantas vezes mais vais ficar comigo, sendo eu culpada por todas as vezes que te fecho quase a porta e te digo com os olhos cheios de lágrimas, a pele mais branca que o habitual, "eu não consigo mais"?
quantas vezes vais pegar no nosso mundo e aperta-lo com força contra ti?
Porque será o nosso mundo assim tão fantástico sem a razão ser "o nosso mundo"? 
Porque ficas constantemente preso e não o deixas ir? Saberás tu o amanhã? E saberás que amanhã ainda estaremos aqui? 
Mas eu não sei, não sei como será que nos vamos encontrar daqui a uns anos, o que iremos fazer e o que iremos ser! 
Posso chorar por um bom motivo?
(...)
Adoro a maneira como não desistes das coisas...