Já corri atrás de algo sem pensar, já corri atrás de um carro que sabia que levava a minha esperança, o meu amor, o meu único e verdadeiro amor. Corri e percorri ruas e ruelas sem fim, fui atrás e desisti ao estar cansada de me perder em tudo o que existia em nós.
Agora tenho as mãos frias, o coração gelado e a alma congelada, e tudo isto se derrete quando, pois tu voltas assim, com o teu ar mais sereno.
A atracção faz de ti um homem sensual e lindo e faz de mim uma mulher infantil e feliz.
Pegaste-me na mão e dançamos no nevoeiro da noite, depois o nevoeiro foi desaparecendo e quando amanheceu, eu tinha apenas nas minhas mãos o teu gesto, o teu perfume, o teu sabor. Era inverno, e eu ali sem roupa e sem ti contudo estava bastante quente, pois derreteste a minha alma, as mãos estavam agora quentes e o coração morno. Em vez de chorar a tua partida, estava feliz, então dancei até à nossa cabana e o que me tranquilizou é que deixaste tudo o que era teu, em cima dos nossos lençóis de sonhos, e deixaste também um breve bilhete que dizia: “ouves a chuva? Amanhã à mesma hora, ali no sítio de sempre. Até logo. Amo-te.” Estive até à hora do encontro com o teu bilhete na mão, parecia que depois de o ler tanta vez, ainda tinham passado apenas breves segundos, e parecia sempre que era a primeira vez que estava a ler aquelas tuas palavras… Mas tu não vieste, tu voltaste-me a deixar despida agora não só de roupa mas de tudo, e o nevoeiro dançava comigo, tu já não estavas ali... Ao amanhecer, o coração estava gelado, as mãos frias e alma congelada, o nevoeiro despira-me... Quando cheguei a casa, olhei para cima da nossa cama, agora só minha, e reparei que ela não se tornara assim tão só minha, pois tu ocupavas o outro lugar vazio e em vez de teres deixado o bilhete, tinhas regressado, para sempre.
O teu texto preferido e que seguramente merece essa preferência. Está lindooooooo.
ResponderEliminarAdoro-te*@