4-02-2011

Tenho muitas saudades tuas, estás doente, que palavra cheia e feia... Mas já tenho saudades!

São quase onze da manhã e a esta hora normalmente estás tu provavelmente a acordar, ou a tomar  pequeno-almoço, ou até mesmo ainda a dormir o último sono.

Meu Deus, que eu não consigo sem ti, meu Deus!

Estamos a ler na aula o poema da Lídia do Ricardo Reis... Eu continuo a fazer um esforço enorme para não chorar, para conter as lágrimas, angustias, saudades.

Mas tu és forte e eu aceito mais o facto de seres forte do que na verdade o facto de ficares por muito mais tempo mal, numa cama de hospital, com os teus olhos castanhos lindos, e a tua barba grande que faz de ti um homem de 19 anos charmoso, mas um pouco cansado.. É assim que estou a imaginar.

Volta a ligar-me, a dizer "Josef, eu amo-te", volta a sussurrar-me coisas fofas ao telemóvel e faz-me derreter.

Vem dizer que não conseguires já viver sem mim, outra vez... e mais outra e outra vez...

Vem dizer que um dia vou encontrar o meu príncipe, e que não sou eu que vou ter com ele, mas sim é ele que vem ter comigo.

Vem dizer-me que sou a tua irmã e que me amas(...) e que me amas muito!

Vem adormecer comigo ao telemóvel, mas vem hoje.

Deixa-me fazer-te rir inconscientemente com toda a minha ingénua maneira de ser, deixa...

Deixa-me ouvir-te respirar e deixa-me sossegadamente bem, como fazes sempre.

Deixa-me voltar-te a ouvir rir muito, como já tenho saudades de te ouvir gargalhar.

Deixa-me de novo ralhar contigo , mais uma vez e deixa-me achar piada discutir contigo e dizer-te "olha, está bem João!"

Sempre achei que os amores de amizade foram e serão sempre mais intensos que as paixões, beijos na boca, sexo ou amor. Sempre achei que a amizade não trai e só trai se assim o quiser. A amizade é mais honesta e porporciona mais momentos, como um abraço, uma mão dada. E a saudade incessante de uma perda tão querida, por dias ou apenas por umas horas.- Esta é a amizade.

João, vens hoje?