Não consigo conter todas as saudades que tenho tuas, desculpa, mas está difícil.
Desta vez, como em todas as outras vezes, vou deixar-te ir, mas desta vez, com uma pequena diferença, vou recusar-me a que voltes, vou recusar-me a que digas que me amas e vou recusar a que uns dias me dês toda a atenção do mundo e depois noutros te esqueças que eu existo. Eu não sou assim, não sou como todas as gajas que gostam de ti, por muito forte e platónico que seja. Sempre fui frontal e sincera contigo. E se não o fosse agora não seria então eu, não é? Pensarias que eu teria mudado, não é?...
Sim, é mesmo isto que eu quero, é mesmo isto.
Vens ou vais? Talvez ires seja mais fácil, porque tens consciência que se vieres eu vou-te fazer montes de perguntas, e tu não queres isso, não tens tempo, não tens paciência para mim.
Então optas pelo silêncio. E eu odeio silêncio.
Odeio despedidas e odeio instabilidades.
Despedidas porque é feio da nossa parte mandar alguém embora, alguém que fez parte de nós, a quem demos reflexos do que somos e a quem demos sorrisos, bons momentos, lágrimas, desabafos, conforto... Despedidas porque nunca devemos dizer adeus a ninguém, e a meu ver, por muito ridículo que seja, essa palavra não deveria existir, não gosto dela, ponto final.
Instabilidade, porque a instabilidade magoa, deixa-nos tristes, faz-nos seres inseguros... Porque na minha perspectiva, todos precisamos de todos, e ninguém vive completamente sozinho, por sobrevivência ou não, precisamos sempre de mais alguém, que nós deixamos entrar na nossa vida, ou não, é indiferente, mas precisamos sempre de mais alguém.
E no entanto, agora regressando a ti, eu por mais coisas que me prendessem a nós vergonhosamente, estou a deixar-nos ir, porque tu sabes, tão bem quanto eu que esta não é a primeira vez. Força? Não, nem força, nem falta dela. É outro tipo de coisa, talvez esteja a pensar em mim, se queres usar isso como desculpa, utiliza isso, e eu vou aceitar que assim o seja.
Contudo, sei que quando quiseres realmente voltar e te deres conta que eu não quero mais que voltes, por isto ou por aquilo, não vais olhar para o que fizeste anteriormente, e vais começar a criticar-me, como fizeste com tantas outras pessoas. Não estou a apontar, nem estou de certa forma a querer igualar aquilo que tínhamos àquilo que tinhas com os outros...
Estou a dizer é que ninguém é especial porque lhe apetece, nem deixa que o outro seja especial porque lhe apetece; ninguém deixa que o outro vá embora assim; ninguém faz isto quando a amizade que têm é toda a dois e eu pergunto-me, tens mesmo a certeza absoluta que a nossa era a dois? É que muita gente confunde concordância de amizade com ideias iguais exterior à amizade.
Amei-te, talvez ainda te ame, mas mais? Não dá.
E talvez esta nem seja a última coisa que escrevo, tal como também esta não foi a primeira.
8.05.2011
E todas as histórias que escrevi para ti, durante dois anos, foram de certa forma "mentira", mesmo que continue contigo, porque tu não existes, não desta forma, não da mesma forma, que todos achavam que te viam. Mas eu continuo contigo, e amo-te.
E agora de uma forma ou de outra se explica estas todas ausências repentinas.
Oh minha querida, na minha opinião, contar a alguém que o amamos só trás vantagens. É verdade que essa pessoa pode não sentir o mesmo e todas as nossas esperanças acabam nesse mesmo momento, no entanto já não vivemos na dúvida e na angústia de guardar um sentimento demasiado forte para estar preso num coraçãozinho. Quando se ama existe a necessidade de falar ao mundo inteiro sobre esse amor, guardá-lo para nós não nos deixa vivê-lo.
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