memórias

Há anos que te perdi. Tu que inventaste as histórias mais cativantes do mundo, mas também as mais tristes. Perdi-te por entre todos aqueles outonos. Talvez não te tenha perdido, apenas perdi uma mentira de tantas que se sucederam depois de ti. 
Gostava que soubesses que não tem sido fácil. Que muitas vezes achei como solução atirar-me determinantemente para o abismo. Sem pensar em mais nada, que senão aquilo. Sem pensar no que depois de ti permaneceu ou o que depois de ti chegou.
Nas alturas mais tristes, ainda me lembro de ti. Quando tenho medo, lembro-me de ti. Não te querendo culpabilizar, mas foi contigo que ganhei este medo excessivo que tenho das pessoas me magoarem. 
Mais uma vez, inicia-se outra despedida, e eu nunca soube lidar com isso. Mas quando as coisas nos magoam mais do que nos fazem felizes, temos de saber encarar as situações como pessoas crescidas (embora nunca tenha perdido a mania de achar que sou sempre uma criança).
Uma das coisas que nunca perdi foi a ingenuidade. E continuo a querer ser sempre uma criança!
Boa noite, sol escuro.

3 comentários:

  1. nada acontece por acaso, minha linda

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  2. Olá princesa, não sou assim tão forte quanto pareço, atrás da máscara que esconde o meu verdadeiro eu, está uma menina frágil, insegura e com um constante e crescente medo de ser magoada ou magoar. E custa saber que a pessoa que a quem mais me apeguei depois de tudo o que já passei nos últimos anos parece estar cada vez mais distante, sinto-me de certa forma sozinha, vazia, completamente oca. As pessoas acham que estou bem, estou sempre aos saltos, a rir, a fazer rir, mas ninguém à minha volta sabe a verdade, aliás, se soubessem não me estariam constantemente a falar do mesmo assim, da mesma pessoa.
    Tal como tu, o meu medo resulta sobretudo da passagem de duas pessoas na minha vida, ambas importantes e que acabaram por se tornar meros ensinamentos na minha vida, mas deixaram o medo.
    beijinhos*

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