memórias

Agosto.

Apetecia-me agarrar-te na mão e dizer-te, "fica comigo, vê, sente, põem a mão no meu coração, está aos pulos, está quase que a comandar-me/ implora-me que te beije." e por momentos penso comigo mesma que nunca me senti tão fisicamente atraída por alguém...
Continuando com a minha mão agarrada à tua digo-te "...eu amar-te-ei, para sempre, ou melhor, eu super amar-te-ei", então sento-me no chão, pois o coração que bate por ti, deixa-me sem força nas pernas, fazem-me telintar quase como que se estivesse a haver um terremoto dentro de mim, e os copos estivessem a telintar todos uns nos outros, agora num abraço agarro-me toda a ti e digo-te que a Margarida Rebelo Pinto tem razão quando diz: "Tu vens e vais como um pássaro, voas como quem anda, ficas como quem mora e, quando partes, nunca dizes adeus." E por muito que eu te peça, não partas nunca mais, será que algum dia me vais dar ouvidos?
Eu tenho medo que partas e não voltes nunca mais, que as tuas asas tenham ganho uma nova coragem, pois na verdade nunca nos comprometemos a dar as mãos, a ficarmos unidos. Eu sempre soube que tu tinhas a tua vida, e eu continuando a ter a minha, tendo-me forçado a mim mesmo a habituar-me ao que tu eras e ao que tu tinhas. "amar é dar e tudo o que não é dado, perde-se". Sim, a Margarida Rebelo Pinto, volta a ter razão.Eu dei-te, dei-te tudo, até partes do meu estimado coração, que se transformou curiosamente mais forte e resistente com a tua chegada.
Despi-me inicialmente e como é lógico, mais uma destas noites, vou chegar perto de ti, vou olhar-te a dormir nos meus sonhos, vou abrir-te a porta do coração e vou aconchegar as minhas mantinhas lá dentro, e sei que me vais voltar a dar abrigo, desta e de todas as mais variadas vezes que eu tanto precisar, nem que seja só porque; preciso de dormir contigo, para me sentir mais forte hoje.
Mesmo que muitas vezes entres em viagem e só chegues quando perdes as asas.
Desta vez, foi a minha vez de ganhar asas e fugir para o mais longe possível, fugir para Londres.

"Já não quero saber, já não tenho medo de o perder, porque já o perdi há muito tempo, só ainda não tinha querido aceitar tal evidência." Margarida Rebelo Pinto.

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