quinze/onze/dois mil e dez.

Tu que sabes tanto do sol, tu que fazes parte de tanta coisa, de tanto do mundo e de mim. Explica-me agora em palavras simples e breves, o que vieste trazer-me, o que fazes aqui e o que queres de mim...
Mostraste-me esse ar de passividade e de folha de papel em branco, mostravas-me sempre o ar de quem procurava mais e sempre no final de contas só precisava de viver. Nunca entendi o teu olhar meio empobrecido, nem esses olhos que fazia contraste com cor de mel.
Deixa-me adormecer; conta-me a tua história e eu prometo que não me vou esquecer de cada pormenor que me desenhes na folha de papel que aparentavas ser.
Faz-me rolar, faz-me acreditar e sentir toda a frescura do que és, como daquela vez.
Houve um tempo que te amei, a agora deixa-me que te diga que foi a forma mais especial e deliciosa, estranha e estrela que eu consegui amar alguém, para sempre. Tão profunda e sensivelmente assim.
Lá bem no fundo eu ouço o teu pensamento e eu sei que tu em tempos também me amaste, tão bem, que eu consegui sentir-lhe o cheiro, a magia e tudo o que é abstracto e concreto.
Ouvi tanta vez Mafalda veiga à tua espera, que de tanta vez sei várias músicas dela de cor...

Acendi a noite, apaguei o dia, dormi no teu colo e parecia tão fácil ser-se feliz com isto.
A tua calma, o teu sabor, a tua forma, faziam de mim, acredites ou não, uma pessoa diferente, serena, decente, profunda e mágica.
Meu abraço, eu ainda te procuro.

Ás vezes sento-me naquele monte onde me deixaste e ainda me imagino a ver-te vir daquele lado do horizonte, de um momento para o outro e me tocares a pele…

Não vás já, se alguma vez partiste, volta, e não vás.

Agarra-me, acende-me a luz do dia e apaga a luz da noite, faz tudo ao contrário.

 

Ainda não perdi a esperança de um dia poder abraçar-te, como por vezes idealizo, poder-te tocar e poder aconchegar-te as mantas à noite, dar-te um beijo mais prolongado que o habitual e dizer-te: eu estou aqui, conta comigo para tudo. amanhã eu volto porque na verdade, nunca irei embora.

E mesmo assim ainda tenho tanto medo que vás embora outra vez.