Até ao fim

Cada vez tenho mais medo que qualquer coisa destrua aquilo que nós temos. Porque ora eu sou muito importante, ora qualquer coisa a qualquer momento me pode substituir na tua vida. E é essa a sensação que tenho. Que ao mesmo tempo que sou muito importante deixo-o de o ser também, num estalar de dedos.
Um dia, quando colocares as ideias no sítio, vais perceber que só quis sempre o teu melhor. Um dia irás saber que posso ser muito sentimentalista mas também gosto de conversas interessantes e cultas.

Um dia irás perceber que eu não sou como todas as outras pessoas, porque tudo aquilo que me magoa acaba por me deixar mais frágil e não mais forte. Irás perceber que sempre que choro em frente a alguém é porque não consegui mais guardar para mim. E um dia, acredito que irás perceber que luto muito pela felicidade dos outros mais até que pela minha própria felicidade.

Um dia, vai entender que muitas vezes quis desistir para que percebesses que estava cansada de mudanças e não porque queria realmente que deixássemos de existir. 

E um dia iremos sentar-nos numa mesa de um café qualquer e eu irei contar-te tudo sobre mim. Tudo aquilo que ainda não sabes. 

E sei que ainda aí vamos rir da vida, vamos entender-nos na perfeição e isso irá compensar-nos os momentos mais sombrios que tivemos.

Um dia irás perceber que por muito que lutemos por alguém, poucas são as pessoas que ficam connosco até ao fim.
E um dia irás perceber que as aparências sempre iludiram e sempre vão iludir. Que a beleza conta, mas a beleza não é tudo. Que caras bonitas, não fazem sempre corações bonitos. E que a aparência acaba por ser meramente secundária e desinteressante quando gostamos de alguém de verdade, e ainda assim, amamos essa pessoa sem medos e vergonha de sermos julgados por mentes retrogradas.
Mas um dia, irás perceber que muitas das vezes a vida prega-nos sustos bons.